sexta-feira, abril 27, 2007

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No metrô, dois engenheiros conversavam ao meu lado. Um chamava-se Eduardo e o outro, hm, o outro chamava-se sei lá, Chico:

- Hoje, o que o Eduardo faz? Hoje o Eduardo coordena seis obras ao mesmo tempo, uma loucura.
- O Eduardo tá fazendo isso?
- Eu.
- Ah, você.
- Nós coordenamos essas obras, e temos que administrar o material...
- Tem alguém que te ajuda, então.
- Não.
- ...
- ...
- Então, se precisar, eu tô aí.
- Certo. Tô precisando de um braço direito.

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segunda-feira, abril 09, 2007

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Oh, azar. Azar infinito.

Imagine que moro sozinho. E estou sozinho agora. Agora imagine que minha coluna tem umas vértebras-sei-lá-o-nome-se-é-isso-mesmo obviamente inflamadinhas, por conta de contorções abusivas e involuntárias durante o sono em virtude de uma dor absurda no estômago. Certo. Agora imagine vários saquinhos recheados de Salonpas, esse magnífico emplastro medicinal. Já? Ok, estamos terminando. Só falta você imaginar eu tentando alcançar as malditas vértebras inflamadas -aqui o azar infinito: são bem aquelas vértebras inalcançáveis- com meus próprios braços, deitado de bruços na cama, com o Salonpino já destacado, grudando nos dedos das minhas mãos. Bacana, né? O bom é que com muito esforço colei dois deles. Nenhum sobre as vértebras inflamadas, mas bem perto delas, pelo menos. Agora é ver se funciona.

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domingo, abril 08, 2007

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Pau na máquinha. Meu corpo perdeu completamente qualquer noção de funcionamento.

Então, assim que meus joelhos saírem dos ouvidos, e o estômago desistir de ser a sola do pé, e a coluna e os intestinos pararem de se meter nas funções das cordas vocais, eu provavelmente recupere um pouco da vaidade, que no momento, mede menos sete na escala Jacinto. Daí estou sentado aqui, cheio de dores esquisitas, sob efeito de muitos medicamentos, e não me incomodo em estar com uma camiseta velha e gigantesca, e bastante remelento, o que me deixa com ar de favelado - nada disso importa. Eu só quero ficar bom logo e aparecer aqui bem vestido escrevendo mal, como de costume.

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